Festival de Cannes começa hoje com Almodóvar, Scorsese, Tarantino e filmes brasileiros

Maior evento de cinema do mundo será realizado na França de 16 a 27 de maio


A atriz Catherine Deneuve está no cartaz oficial da 76ª edição do Festival de Cannes (Jack Garofalo/Paris Match/Scoop)

A 76ª edição do Festival de Cannes dá início nesta terça (16) a uma maratona cinematográfica que vai atrair os olhos do mundo todo. Até 27 de maio, a cidade francesa vai realizar dezenas de sessões diárias para apresentar os produções que compõem as diversas categorias do evento, além de promover coletivas de imprensa e encontros com astros das telonas.

O filme escolhido para a abertura do festival foi “Jeanne du Barry”, dirigido pela atriz e cineasta francesa Maiwenn e protagonizado por Johnny Depp – que faz sua primeira aparição em longas após o julgamento realizado em 2022,  no qual venceu o processo de difamação que moveu contra sua ex-mulher, Amber Heard, que disse ter sido vítima de violência doméstica. 

“Jeanne du Barry”, com Johnny Depp, é o filme de abertura do festival (Stéphanie Branchu/Why Not Productions)

A programação do Festival de Cannes 2023 também inclui a estreia mundial de “Strange Way of Life”, de Pedro Almodóvar, nesta quarta (17). Rodado no sul da Espanha, o curta-metragem conta com Ethan Hawke e Pedro Pascal no elenco é a segunda experiência do cineasta espanhol em língua inglesa.

Outra estreia mundial será de “Killers of the Flower Moon”, dirigido por Martin Scorsese, com um elenco recheado de estrelas: Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone e Jesse Plemons, entre outras. O filme será exibido no sábado (20), no Grand Théâtre Lumière.

Lily Gladstone e Leonardo DiCaprio em cena de “Killers of the Flower Moon” (Apple Studios)

Quentin Tarantino vai participar de um encontro especial promovido pela Quinzaine des Cinéastes, seleção paralela ao festival. O diretor e roteirista norte-americano irá conversar sobre o cinema da década de 70, tema de seu novo livro, “Cinema Speculation”. Antes, está programado um filme-surpresa. 

Filmes brasileiros 

O Brasil será representado em Cannes com diversas produções, em categorias variadas, tanto na direção quanto no elenco.

“Firebrand”

Dirigido pelo cineasta cearense Karim Aïnouz, o filme é o único brasileiro que concorre na categoria principal do festival e concorre à disputada Palma de Ouro. Produzido no Reino Unido, o filme é o primeiro projeto em língua estrangeira de Karim e acompanha o curto casamento entre o Rei inglês Henry VIII (Jude Law) com sua sexta e última esposa, a Rainha Catherine Parr (Alicia Vikander) – uma mulher singular e à frente de seu tempo que mudou os rumos da história da Inglaterra.

Alicia Vikander em cena de “Firebrand”, filme de Karim Aïnouz (Divulgação)

“Flor de Buriti”

A produção luso-brasileira, assinada pelo realizador português João Salaviza e pela cineasta brasileira Renée Nader Messora, participa na categoria Un Certain Regard. O filme se passa no norte do Tocantins e trata de alguns dos temas atuais mais urgentes, a luta pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pela comunidade da aldeia Pedra Branca. A dupla recebeu o prêmio especial do júri em 2018 nesta mesma seleção oficial, com “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”.

“Levante” (Power Alley)

A cineasta brasileira Lillah Halla é a responsável por esta coprodução Brasil-Uruguai, que integra a seleção da Semaine de la Critique, mostra paralela à competição principal. A história narra o dilema de Sofia, uma adolescente campeã de vôlei que descobre que está grávida e decide recorrer ao aborto, entrando em conflito com as leis de proibição no Brasil.

“Retratos Fantasmas”

O novo filme do cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho terá sua première mundial na Seleção Oficial do Festival, fora de competição. A produção tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como espaço histórico e humano, revisitado por meio dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Este é o terceiro projeto de Kleber na Seleção Oficial de Cannes – ele já participou com “Aquarius” (2016) e Bacurau (2019), codirigido por Juliano Dornelles, quando ganhou o Prêmio do Júri.