Peça com Andrea Pietra e Ricardo Darín volta à Espanha; leia entrevista com a atriz

"Escenas de la Vida Conyugal" fará temporadas em Madrid e Barcelona, a partir de 4 de setembro


Foto de “Escenas de la Vida Conyugal” após sessão em Madrid, em 2023 (Crédito: Fabiana Seragusa/Culturice)

Se você mora na Espanha ou está em viagem por lá, corra para incluir em sua agenda a peça “Escenas de la Vida Conyugal”, que estreia nesta quarta-feira (4) no Teatro Rialto, em Madrid, em plena Gran Vía.

São muitos os motivos para ver o espetáculo: a obra é escrita pelo sueco Ingmar Bergman, um dos nomes mais importantes do cinema mundial; dirigida pela premiada atriz, diretora e autora argentina Norma Aleandro; e tem no elenco o ícone Ricardo Darín, um dos principais atores da atualidade, e a talentosa Andrea Pietra, atriz argentina que conquista o público em cena.

A artista conversou com o Culturice sobre a sua relação com a peça e a interação com o público, além de falar qual cena mais a impactou durante o processo (leia abaixo a entrevista).

Crédito: Reprodução/Divulgação

Traduzida em português como “Cenas de um Casamento”, a comédia dramática estreou em 2013 e já passou por diversos países, sendo vista por mais de 800 mil espectadores – Andrea entrou em 2017, e Ricardo está desde o inicio. A história fala sobre Juan e Mariana, que começam casados e felizes e passam a demonstrar seus medos e suas inseguranças diante do público, estremecendo aos poucos a relação que mantêm há anos.

Após o divórcio, eles continuam com uma ligação estreita, que gera uma série de momentos ora tensos e ora divertidos, com reflexões que vão além da conexão marido e mulher e transbordam para o dia a dia de cada um de nós.

Crédito: Reprodução/Divulgação

Para além da profundidade da obra, é fascinante ver Andrea Pietra e Ricardo Darín em cena. Cada frase, cada gesto, tudo contribui para o alto nível do espetáculo, que ganha uma força imensa com o talento dos dois.

“Escenas de la Vida Conyugal” fica em cartaz até 29 de setembro em Madrid, e depois segue para Barcelona, com sessões de 2 a 20 de outubro no Teatro Coliseum

 

Crédito: Fabiana Seragusa/Culturice

Entrevista com Andrea Pietra

Os personagens de “Escenas” vão se modificando gradualmente ao longo da peça, e imagino que cada trabalho também acaba mudando vocês, atores, de alguma maneira. Como você sente que essa obra te mudou?

Andrea Pietra – Esta obra é um exercício teatral de 7 cenas onde nós, como atores, temos a bela oportunidade de passar por todos os tipos de emoções. Basicamente, me fortaleceu como atriz e me permitiu mergulhar profundamente nas relações humanas.

Por outro lado, trouxe-me uma felicidade enorme de poder subir ao palco com Ricardo [Darín], que, além de ser um grande ator, é uma pessoa humilde e generosa, com quem é um prazer atuar.

Ser dirigida por Norma foi um sonho que me aconteceu nesta vida. Tive o privilégio de contracenar com ela em “Agosto” [2009], uma peça de Tracy Letts, interpretando sua filha.

E tudo isso acontece enquanto percorremos países e cidades extraordinários, com teatros lotados, pelo qual agradeço todos os dias.

Há algum tema da peça ou alguma cena que te chamou mais a atenção quando começou a interpretá-la? E qual mais mexe com você agora?
 
Andrea Pietra – A cena que mais me chamou a atenção foi a 4, na qual o personagem de Juan (Ricardo) diz à sua mulher (minha personagem) algo muito doloroso, e Mariana responde de uma forma que eu nunca havia imaginado.
 
Todas as cenas me emocionam, pois são escritas com muita precisão. Eu amo fazer essa peça, sinto que, cada vez que voltamos a subir ao palco, vamos com mais profundidade, atravessando camadas, como a própria vida.
 
Poderia nos contar algo curioso que já conheceu durante alguma das apresentações? Ou entre vocês em cena ou com o público. 
 
Andrea Pietra – O público, como sempre, é o que completa a magia para que o fazer teatral aconteça. Nesta obra, em particular, ele sempre tem empatia com os personagens. O tema do matrimônio é universal, e até os adolescentes que vêm nos ver se comovem de acordo com a história que estejam vivendo em suas casas. 
 
Muitas vezes, se sente um certo burburinho em algumas partes, em outras, surgem aplausos que apoiam as decisões ou ações dos personagens.
 
Durante a primeira turnê em Madrid (2017), quando acabava a peça, pegávamos o metrô para voltar às nossas casas, com Ricardo. Sempre encontrávamos com muitas pessoas da plateia e acabávamos conversando sobre o espetáculo, de acordo com a viagem de cada um, até que nós também descíamos. Foi lindo e inesquecível.
 
E assim segue sendo cada vez que voltamos a nos encontrar, para voltar a fazer nossas “Escenas de la Vida Conyugal”.